Prefácio

Quando meus pais namoravam, diziam que teriam filhos e as crianças escreveriam um livro. Fiz um blog, que é quase a mesma coisa. A história não é bem essa, para falar a verdade,  mas (como toda boa história) ela foi mudando no boca-a-boca com as memórias e vontades de seus contadores. O fato é que resolvi fazer um blog! Não é o primeiro, nem talvez seja o último,  a diferença deste é que uma das querências principais é mantê-lo alimentado e vivinho por algum tempo. Para tanto, pedi ajuda à pessoal altamente qualificado para contribuir com suas colunas e eles aceitaram prontamente – acredito que foi mais pela amizade do que pela vontade de emprestar suas vértebras e sistema nervoso para um projeto que não tem grandes pretensões.

Alguns dos amigos, que tenho importunado de forma discreta (até agora) são o André,  um retirante paulista que saiu de São Paulo fugido da seca; o Jair, que é muito parecido comigo e sabe tanta coisa que achei obrigatório sua participação no blog; o Fernando, um homem feminista com a bio mais linda de todo o Twitter; a Natália, que lê tantos livros ao ponto de me deixar triste com meu ritmo de leitura (e vai se tornar uma escritora); e a Manuela,  que desde sempre brinca comigo de biblioteca,  de escolinha e de tudo que a imaginação de uma criança permite, logo não poderia ficar de fora dessa brincadeira.

O primeiro desenho do André no seu caderno de desenhista foi um jabuti, tive que roubartilhar!

O primeiro desenho do André no seu caderno de desenhista foi um jabuti, tive que roubartilhar!

Estes jabutis, assim como eu, escreverão semanalmente (ou o tanto que meus argumentos conseguirem persuadi-los),  sobre o que quiserem. Vou tentar ainda convencer alguns outros perdidos para contribuir com suas poções, fórmulas e potinhos em forma de desenhos ou letrinhas, aqui no Jabuticário, blog que teve história antes mesmo de começar. Espia só:

Primeiro ele deveria se chamar “Canhota na vida” – inspirado na poesia e na minha habilidade manual – mas ninguém achava um bom nome. “É ruim”, “Não tem nada a ver”, “Cê nem é canhota”, diziam. Sofrendo com protestos da população, me senti em uma posição de poder, igual a presidente de uma nação: uma Dilma!

Como grandes poderes trazem grandes responsabilidades me vi em uma encruzilhada: cedo às pressões populares ou imponho minha vontade? Sempre fui simpatizante da democracia e resolvi ceder. Mas, como naquelas negociações entre legislativo e executivo, coloquei minha imposição: minha coluna será batizada assim e ponto final!

O passo seguinte foi decidir o novo nome para o blog que já estava com nascimento iminente. Nenhum nome era tão legal quanto Canhota na vida! Foi depois dum brainstorm que um arco-íris revelou uma arca cheia de ideias – com o formato de jabuti. A partir daí o passo seguinte foi decidir: mistura de paciência, lentidão, sapiência, simpatia e um neologismo para dar aquele toque pessoal: Jabuticário é o nome!

Apesar de ainda sofrer certa resistência me mantive firme, afinal cargos de autoridade devem servir para alguma coisa, tipo cortar cabeças ou escolher nomes descolados para algum programa social. É assim e pronto! Depois de todas as weburocracias, escolhas de design e alguns e-mails, cá está o Jabuticário, com mistura de regiões, de opiniões e feito à base de noites mal dormidas: um filho!

jabuti-manu

Este é o jabuti da Manuela, que resolvemos batizar de Calixto, meu mascote!

E como todo filho, a gente faz um monte de planos, cria um monte de expectativa, cuida com todo amor, mesmo não sabendo muito bem no que vai dar, o que vai virar. Às vezes rola até uns imprevistos, surgem antes de ser planejados – como nesta publicação que conta a história das Unidas do Guarda Chuva – mas nós vamos criando com todo amor e dedicação que o mundo nos permite.

Se quiser dar seu pitaco ou ajudar na missão de mantê-lo alimentado, contribua com seu potinho no boticário dos comentários ou pelo email: jabuticario@gmail.com.

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